Dia Nacional da Equoterapia

MM é grande aliado da atividade

  • FLÁVIA ZAGO
  • 09/08/2021
  • 11h46

Desde 2007, em todo 9 de agosto é comemorado o Dia Nacional da Equoterapia. Para celebrar a data, a Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM) parabeniza todos os profissionais que atuam na atividade.  

Método terapêutico que utiliza o cavalo para uma abordagem interdisciplinar voltada para as áreas de saúde, educação e equitação, a Equoterapia com o Mangalarga Marchador é destaque no Centro Hípico Porto Palmeira, localizado na Rodovia RS 239 Km 22, Campo Bom – RS.

Entidade filiada e credenciada junto a Federação Gaúcha dos Esportes Equestres (FGEE) e a Associação Nacional de Equoterapia (ANDE- BRASIL), o Centro gaúcho tornou-se referência na prática. Com mais de duas décadas de história, ele foi o primeiro estado do país a utilizar com exclusividade uma única raça de cavalos, no caso, nosso querido Mangalarga Marchador.

Idealizado pela visão solidária do criador João Carlos Hartz aliada a paixão pelos cavalos, o Centro trabalha pela nobre causa da reabilitação dos praticantes. 

De acordo com Hartz, pelo fato do Mangalarga Marchador ser extremamente dócil, esta característica serve de estímulo para a evolução do praticante. “É muito gratificante saber que existe uma parte de nós no trabalho de ajudar as pessoas. Hoje, colhemos bons frutos no Centro por meio dos resultados de superação alcançados. Vejo que todo esse projeto prospera com ajuda de uma equipe competente e engajada. Impossível também não atribuir o reconhecimento ao nosso Mangalarga Marchador, parte fundamental desse trabalho por ser o elo de cada história em particular”, enfatizou. 


Resultados 


A equoterapia com a raça Mangalarga Marchador tem mudado a vida de muitas famílias. As técnicas utilizadas contribuem na evolução dos praticantes em todos os sentidos.

Para Schirlei dos Santos, diretora do Centro Hípico Porto Palmeira, a procura por espaços de reabilitação é uma realidade. “Temos observado que desde o início do nosso trabalho no Centro, a demanda pela prática vem crescendo, pois além de apresentar um ambiente natural, o cavalo, vem ocupando um novo espaço, dentro da prática clínica, em que as evidências científicas através da pesquisa apresentam resultados benéficos nos aspectos  físicos e psicológicos do praticante”, concluiu. 

De acordo com a ANDE, a equoterapia só pode ser realizada uma vez por semana, em seções de 30 minutos. Ela promove cerca de 1800 a 2000 deslocamentos na pelve que atuam diretamente sobre o sistema nervoso responsável pela noção de equilíbrio, distância e lateralidade.

 Na prática, os cavaleiros/amazonas recebem estímulos somatossensoriais e desenvolvem o controle postural e motor. Além disso, a Equoterapia instiga reações de ajuste, de defesa e de endireitamento corporais. Nela, cada indivíduo tem o seu “perfil”, o que o torna único. Isso evidencia a necessidade de formular programas individualizados, que levem em consideração as demandas daquele praticante.

Segundo Dra. Simone Kirsch, fisioterapeuta, pós graduada em Equoterapia UnB/Brasília-DF / ANDE - BRASIL e coordenadora do Centro de Equoterapia Porto Palmeira, a prática é indicada para pessoas com casos clínicos ligados aos TEA (Transtorno do Espectro Autista), Paralisia Cerebral, TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade e síndromes. Além de auxiliar no combate do estresse, depressão, timidez, dificuldades de aprendizado, entre outros.  “O trabalho no meio equestre para nós da área da saúde e educação, nos oportuniza aprendizagens e novos conhecimentos a cerca destes seres tão sensíveis. Os cavalos acabam sendo mediadores na relação praticante e terapeuta, um laço em que o respeito, a confiança se estabelecem de uma forma natural. Além do desafio da singularidade de cada caso que recebemos, acreditamos na ciência e na possibilidade de realizar um trabalho altruísta”, informou a profissional. 

Para mensurar as aquisições resultantes da prática da Equoterapia, O Centro utiliza metodologias aplicadas em pesquisas. Desta forma, muitos trabalhos científicos já comprovam os efeitos benéficos que este método de reabilitação promove, porém, é importante ressaltar sempre a singularidade de cada caso como lembra Simone Kirsch. 

Com mais de 14 anos de experiência em Equoterapia, Simone sente-se honrada pelo crescimento da prática e estende agradecimento em nome de toda equipe, ao Sr. João Carlos Hartz, por oferecer o desenvolvimento de um trabalho inclusivo e social para a sociedade com condições plenas e sem dúvida nenhuma com o Mangalarga Marchador, também um craque na Equoterapia.