O início da amamentação

Dificuldades e vitórias das éguas e seus filhotes

  • ALINE PERUCCI
  • 05/02/2019
  • 15h29

 

Na segunda parte da série, a médica-veterinária Valéria Maria de Andrade Almeida, explica como a natureza é sábia, quando o assunto é amamentação. Veja abaixo:   

Os potros não sabem conscientemente onde achar o leite, mas, o reflexo de sucção é natural. Pode-se observar essa situação quando o potrinho estende sua cabeça e pescoço fazendo movimentos de sucção com os lábios procurando o úbere (peito) em sua mãe. Ele muitas vezes suga seu cotovelo, cauda e várias outras partes do corpo, até finalmente encontrar as tetas, o que consegue dentro das primeiras horas após o nascimento. A “recompensa” por seu esforço é o leite (colostro), extremamente, importante para o seu desenvolvimento. Assim, o recém-nascido condiciona que sempre que estiver com fome deverá repetir o mesmo processo.

 A maioria das éguas coopera no aprendizado dos potros a mamar. A fêmea permanece parada e às vezes ajuda o filho empurrando-o gentilmente com a cabeça na direção certa. As mamadas são frequentes ocorrendo de quatro a sete vezes por hora durando em média um minuto cada. Aproximando-se do final do 1º mês, a frequência de mamadas diminui, não passando muito mais que três vezes por hora. Já aos cinco meses, os potros mamam somente uma ou duas nesse mesmo período.

 Os potros vão em direção à mãe emitem sons e sacodem o pescoço. Eles entram em baixo do pescoço dela com o fito de interromper seu movimento para, então, se dirigirem ao úbere. Elas relincham entendendo a mensagem.

 Eventuais agressões aos potros, por parte das fêmeas, é um fato comum durante os primeiros meses de vida e quando o fazem é de forma branda com ameaças de mordidas. Éguas que pariram pela primeira vez são mais propensas a apresentar esse tipo de comportamento.

 O ato de mamar desencadeia em algumas fêmeas, por um fator reflexo hormonal, contrações espasmódicas e dolorosas do útero que condicionam as mães à rejeição do potro no momento das amamentações. Ocorrendo tal fato, a égua deverá ser contida e carinhosamente convencida a admitir que o potro mame. Persistindo nesse comportamento, o proprietário deverá procurar ajuda de um médico-veterinário.

Continue acompanhando aqui pelo portal e pelas redes sociais a série, “Cuidados com os potros”, produzida pela equipe de jornalismo da ABCCMM. A série traz curiosidades e dicas preciosas elaboradas pela médica-veterinária, Valéria Maria de Andrade Almeida.

No próximo capítulo, “Dependência e a hora do desmame: como e quando acontece”. Acompanhe e dê o seu like nas redes sociais.