Dieta Equina

Parte 01: Importância do Volumoso

  • PAULA MAGALHÃES
  • 11/05/2021
  • 09h32

O pasto sempre foi o alimento natural do cavalo, mas com a domesticação, o homem iniciou o trabalho de melhoria genética dos planteis, obtendo animais de melhor qualidade e maior exigência nutricional, e, simultaneamente, passou a explorá-los em áreas menores. No entanto mesmo que o processo de domesticação tenha proporcionado a esses animais novas fontes de alimentos, volumoso continua sendo o principal alimento no plano nutricional dessa espécie em virtude das particularidades da anatomia e fisiologia de seu sistema digestório. 

Por serem herbívoros, os equinos dependem de material vegetal estruturado e rico em fibras (volumosos) para que seu aparelho digestivo possa funcionar de forma adequada. A ingestão insuficiente desse material aumenta os riscos de distúrbios metabólicos, ocasionados por fermentação excessiva no final de seu aparelho digestivo onde, em condições normais, o alimento volumoso é degradado pelas bactérias celulolíticas que se encontram presentes nessa porção de seu aparelho digestivo.

A falta de volumoso na dieta poderá levar também a ineficiência na mastigação, ocasionando as pontas dentarias. Em virtude dessa dificuldade para a mastigação, poderá ocorrer redução na produção de saliva, trazendo como consequência fermentações excessivas no estômago. Além disso, os animais estabulados precisam do alimento fibroso  à vontade pois se a ocupação e a saciação forem insuficientes esses animais podem desenvolver comportamentos anormais, chamados de estereotipias, como, morder cocho ou porta da baia, lamber paredes ou podem também passar a ingerir fezes e/ou cama da baia.

A menor atividade dos microrganismos intestinais quando a dieta é pobre em fibras pode ainda, favorecer ao aparecimento de deficiências nutricionais pois esses microrganismos são responsáveis pela produção das vitaminas do complexo B. Essa deficiência pode se manifestar por redução de apetite e indisposição para o trabalho.

Fique atento! Teremos mais publicações com a continuação deste conteúdo produzido especialmente pela Medicina Veterinária e professora, Adalgiza Carneiro de Rezende.