Vinculadas ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), as Câmaras Setoriais possuem importante papel para as cadeias produtivas do agronegócio brasileiro. Desde 2004, elas levam ao órgão as demandas de cada setor.
Voltada exclusivamente para o agronegócio do Cavalo existe a Câmara Setorial de Equideocultura. Composta por representantes de diversas raças e entidades equestres, o fórum de discussões possui forte atuação na proposição de práticas e políticas para o desenvolvimento da equinocultura nacional.
Para explicar aos nossos leitores sobre este trabalho, nós conversamos com a criadora Sophia Baptista de Oliveira, e com a médica veterinária Patrícia Brossi, representantes da raça Mangalarga Marchador na entidade.
Segundo elas, uma das principais temáticas em debate na agência atualmente, se refere ao projeto que pleiteia a liberação da exportação de equinos do Brasil para a União Europeia. Para Sophia, a iniciativa, caso seja aprovada, é uma demanda que pode auxiliar no promoção da raça, “É um fomento fantástico, porque nosso cavalo é diferenciado e, pelas próprias condições do nosso país, nossa realidade permite que tenhamos um cavalo competitivo lá fora não só em qualidade, mas também em preço. Vai ser muito bom se conseguirmos caminhar nesse sentido.”, pontua Sophia que em seguida reforça que o MM já é reconhecido no velho continente “Tivemos um trabalho de promoção e divulgação da raça em feiras por toda a Europa, hoje nosso cavalo é conhecido por eles e nós não podemos desfrutar dos resultados desse trabalho de marketing porque nós estamos com nossas fronteiras fechadas.”, detalha.
Na tentativa de viabilizar a exportação equina, a Câmara Setorial propõe a criação de uma zona de quarentena para os animais. O espaço a princípio, seria construído, próximo ao Aeroporto Internacional de Viracopos em Campinas (SP), de acordo com todos os protocolos necessários e já possui um grupo especial de estudos específicos sobre o tema. Esta seria apenas uma das diretrizes a serem cumpridas neste processo, que precisa, dentre outras questões técnicas, da aprovação do Mapa e da União Europeia.
Patrícia destaca ainda outro importante foco de atuação da Câmara para a proposição e implantação de políticas sanitárias eficazes para o controle do Mormo, doença infecciosa grave que é também uma das principais barreiras para o envio de exemplares ao exterior.
Para finalizar Patrícia reforça o papel exercido pela ABCCMM, “A Associação tem, historicamente, um papel de destaque nos trabalhos da Câmara Setorial de Equideocultura e mais recentemente este envolvimento se aprofundou devido às discussões e demandas relacionadas às questões de sanidade do rebanho nacional, particularmente o Mormo. Nesse escopo, a ABCCMM teve papel primordial no questionamento das políticas sanitárias vigentes, bem como participação na elaboração de argumentação técnica para a construção de uma nova política sanitária, visando o bem-estar animal e a preservação de todos os elos da cadeia produtiva da equideocultura, que é geradora de milhares de empregos diretos e indiretos.”, conclui a médica veterinária.
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Foto: Da esquera da para a diretira: Sophia Baptista de Oliveira e Patrícia Brossi.