Selando o Futuro

Formatura da primeira turma de tratadores hípicos

  • LUCIANA MAIA BRAGA
  • 10/08/2017
  • 10h31

Novos planos, oportunidade de trabalho e renda, futuro.
Perspectivas abraçadas pela primeira turma de alunos do projeto “Selando o Futuro”, que concluiu o curso nesta quinta-feira (10/08).
Seis menores chegaram ao fim do processo de capacitação e ganharam a chance de atuar no setor equino como tratadores hípicos.
Todos são adolescentes em conflito com a lei, egressos ou em cumprimento de medida socioeducativa de semiliberdade da grande Belo Horizonte.
A cerimônia de formatura foi repleta de emoção. O presidente da ABCCMM, Daniel Borja, foi o paraninfo da turma. Em seu discurso, amplamente aplaudido, ele ressaltou a importância de iniciativas como esta, em um momento tão difícil no país.
“Para muita gente as expectativas não são positivas, as possibilidades são limitadas. Ter a chance de recomeçar, no caminho certo, é garantia de mais dignidade para cada um dos profissionais que saem hoje daqui e para suas famílias.”
Daniel Borja ainda falou do promissor mercado de trabalho no setor e anunciou a contratação imediata dos recém-formados.
Eles serão absorvidos pelo Centro de Equitação e Equoterapia Gileade, em sua nova unidade, no Barreiro, na capital. A área, de sete hectares de mata nativa, onde havia um destacamento da cavalaria da PM desativado desde 2013, foi recentemente doada ao grupo e passa por reformas para oferecer tratamento por meio da equoterapia a centenas de crianças e adultos.
Fundador e coordenador da CEEG, Carlos Gonzalez, disse já ter planos para os novos colaboradores.
“Estes jovens vão participar de um novo programa de treinamento na sede do nosso centro, que fica em Sete Lagoas, Minas Gerais. Vão aprender a lidar com cavalos da equoterapia e certamente vão propagar o bem que receberam aqui por meio da própria atuação profissional.”
Os adolescentes também conquistaram o benefício do desligamento da Subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas, vinculada à Secretaria de Estado de Defesa Social, que é o órgão responsável por coordenar a política de atendimento ao adolescente autor de ato infracional em Minas Gerais. Quem garantiu a medida  foi Valéria Rodrigues, Juíza da Vara da Infância e da Juventude.
“Estar junto de iniciativas como estas é raridade nos dias atuais, esses meninos merecem a nossa confiança e a chance de recomeçar.”
Ainda durante a cerimônia, o aluno que mais se destacou no curso foi premiado. Receberam homenagens também os militares que estiveram à frente do projeto e o presidente da ABCCMM, Daniel Borja.
Também participaram da solenidade Maria de Fátima Rufino Figueiró de Lourdes, presidente da Associação Feminina de Assistência Social e Cultura, Andrea Ferreira, presidente da Associação Mineira de Educação Continuada, Adriana Bello Vincentin de Vasconcelos, membro do Conselho Curador da Fundação Vincentin, André Rocha, representando a subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas, Tiago de Resende Garcia, diretor da Escola Nacional de Árbitros, Elder Grossi, gerente de Relacionamento da ABCCMM, José Márcio Januário, presidente do Núcleo Mangalarga Marchador da Grande Belo Horizonte, Márcio José de Campos, presidente da Associação Brasileira dos Criadores do Jumento Pêga, entre outros convidados.
O curso teve duração aproximada de três meses. Os alunos foram instruídos em relação à diversas áreas que envolvem o cavalo como saúde, higiene, marcha e equitação.